Hoje traremos cinco livros ateus que fazem ou fizeram um
barulho na sociedade, sendo alvo de instituições religiosas, calúnias e muitos
preconceitos. Antes de começarmos, vamos definir semanticamente a palavra ateu
– segundo dicionário online a palavra ateu significa: aquele que não
acredita em deuses. Podemos dizer que este conceito começa a ser notório no
século XVIII, com o iluminismo, pois geralmente um ateu procura explicações e
provas científicas para ações metafísicas inerentes à religião. No senso comum,
por carecer de falta de informação as pessoas pensam que os ateístas prestam
culto ao diabo e rapidamente tratam de rotulá-los e até cometer preconceitos,
chegando em alguns casos de violência descomedida. Muitos ateus trouxeram significativas
contribuições e progressos à humanidade que só foram possíveis, graças a ótica
cética e criteriosamente investigativa. Portanto deixaremos aqui cinco livros
para ter uma visão mais ampla sobre o assunto
5 - O Manifesto Comunista
Publicado em 1848, por k. Marx e F. Engels é leitura obrigatória para quem quer compreender a história social contemporânea. O manifesto foi escrito em meio à sangue e suor das grandes lutas urbanas das revoluções do século XIX e foi responsável por várias conquistas e benefícios à classe proletária, que sofria sobre o julgo opressor dos burgueses e sua revolução industrial. O Manifesto comunista ocupa a quinta posição por ser uma científica, de extremo naturalismo, O livro de nenhuma maneira ataca ou incita o ódio contra a religião, em uma breve apologia Marx escreveu:
“As acusações contra o comunismo feitas de pontos de vista
religiosos, filosóficos e ideológicos em geral, não merecem uma discussão
pormenorizada. Será necessária uma profunda inteligência para compreender que, com
a modificação das condições de vida dos homens, das suas relações sociais, da
sua existência social, também se modificam suas representações, suas concepções
e seus conceitos, numa palavra, sua consciência? O que demonstra a história das
ideias se não que a produção intelectual se transforma com a produção material?
As ideias dominantes de uma época sempre foram apenas as ideias dominantes da
classe dominante”[1]
Mais que recomendado, este clássico da literatura universal
está na lista os melhores livros já lançados em diversos países e é responsável
por diversas transformações na sociedade do século XX. Livro está à venda em
todas livrarias do Brasil e nos mais diversos formatos.
4 – Cartas da Terra / O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Escrito em 1909 e publicado postumamente, Cartas da Terra é um ensaio de escrita satírica, marcada por um acentuado humor negro. O livro narra através das epístolas do arcanjo satã uma ferrenha crítica contra a evolução humana, numa escrita de linguagem ácida que não poupa acusações contra à sociedade e instituições religiosas. Um Mark Twain diferente das leituras Tom Sawyer, que nos prende em suas páginas bem redigidas. Não é um livro que eu considere ateu, mas está na lista por todo conjunto da obra e certamente qualquer religioso o condenaria ao fogo.
O Evangelho Segundo Jesus
Escrito por José Saramago, o primeiro escritor de língua portuguesa a ganhar o Nobel de literatura em 1998. O livro conta de uma maneira diferente a história dos evangelhos, pois traz um Jesus humano que a todo o momento murmurava sobre o seu destino, concebido através de uma relação natural entre José e Maria e que na idade adulta casou com Maria Magdala (Madalena) e sobrevivia da pesca. Saramago dá a Deus, o diabo e a Jesus papeis diferentes da tradição, pois coloca o primeiro como autoritário, o segundo como conselheiro e o terceiro 100 % humano, falho e inclinado às paixões. O autor, ateu convicto, escreveu em finíssima ironia e deu às escrituras, digamos, um tom mais humanizado. Polêmico e crítico o livro é apreciado e recomendado por vários especialistas, por este motivo ele figura ao lado de Cartas da Terra, no quarto lugar.
3 - O Anticristo
Este livro dispensa apresentações, pois é mais conhecido
que nota de 1 real e talvez seja a crítica ao cristianismo mais popular em
nosso país. Friedrich Nietzsche apesar da frase: “O cristianismo morreu na
cruz” não ataca Jesus, mas sim direciona sua acidez contra à religião cristã,
não poupando ataques ao apostolo Paulo, Lutero, Buda, Kant e o catolicismo. Ele
também apresenta e analisa religiões que considera melhores que o cristianismo,
levantando os pontos positivos e negativos de cada uma. Além disso Nietzsche
considera a religião como um problema para sociedade, pois ela vai contra o
orgulho, a coragem, a libertinagem, prazeres e alegrias e atribui ao
ensinamento paulino, como o fomentador deste mal. Assim, o niilista entendia o
cristianismo como uma grande pandemia e nas palavras dele podemos notá-lo: “Eu
declaro o cristianismo a grande maldição, o grande corrompimento interior, o
grande instinto de vingança…eu o declaro a perene mácula da humanidade”.
Nietzsche critica severamente os cristãos em O Anticristo e o faz de maneira
notável, porém, diferente do que muitos pensam este livro não é direcionado
contra Jesus que ele considerava um espírito livre e sim a instituição posterior
a ele, deixando claro durante a leitura que o cristianismo está morto e quase enterrado.
2 – Deus, um delírio
Clinton Richard Dawkins, Biólogo evolucionista, foi eleito em 2007, uma das cem pessoas mais influentes do mundo, além de uma das cem pessoas mais brilhantes ainda vivas pelo The Daily Telegraph, Dawkins dedica uma grande parte de sua carreira na divulgação da ciência como a visão mais adequada para interpretarmos os fenômenos ao nosso redor e atualmente é o grande nome que endossa o movimento neo-ateísta. O livro “Deus, um Delírio” foi escrito no ano de 2006 e de acordo com o site da Amazon, causou um crescimento de 50% nas vendas de livros sobre religião e espiritualidade um crescimento de 120% no número de vendas da Bíblia. O livro de Dawkins apresenta 10 capítulos de argumentos radicais, escritos com maestria, acidez e irreverência confrontando através de argumentos científicos temas como a existência de Deus, Ensino das crianças a seguir o cristianismo dos pais, o mito do Deus bom não vem do antigo testamento e que a ciência pode consolar melhor as pessoas que a religião. Um livro polêmico centrado no evolucionismo, bem fundamento em criteriosas observações. Nós indicamos essa leitura a religiosos e ateus para compreender melhor sobre a visão ateísta.
1 – Por que Eu Não Sou Cristão?
uma família tradicional, no auge do poderio
econômico e político inglês. Tornou-se lógico e matemático, considerado um dos
filósofos mais influentes do século XX, ganhador do Nobel, escreveu o ensaio
Por Que Eu Não Sou Cristão. Russel diferente de Dawkins, Onfray, Hitchens e
outros consegue estabelecer em sua escrita forte argumentação e lógica
apontando os motivos e justificando o porquê de tal posição. Isto, de maneira
simples e direta, tornando-se fácil a assimilação de leigos e enriquecendo os
já entendidos no assunto. Ele questiona diretamente a existência de Deus, o
papel de Jesus, a moral e conceitos religiosos. Os escritos contidos no livro
(14 ensaios) foram publicados da década 20 até a década de 50 do século passado
e posso dizer que continuam atuais focando em problemas sociais, pedagógicos e
éticos de nossa sociedade pós-moderna. E como diz a sinopse do livro Por que
não sou cristão é considerado um dos mais blasfemos documentos filosóficos
jamais escritos.
Estes foram os cinco livros ateus que valem a pena.
Independente de crenças e posições precisamos dar uma chance a leitura para que
não venhamos a cair em engodos preconceituosos e lembrando os ensinamentos de
um certo carpinteiro galileu, devemos ser empáticos e fazermos aos outros o que
desejamos que façam conosco.
1. MARX, Karl e ENGELS, Friedrich; tradução de NOGUEIRA,
Marcos Aurélio e KONDER, Leandro. Manifesto do Partido Comunista. Petrópolis:
Vozes, 2011, p. 64.
Perfeito.pena que a maioria das pessoas só se interessam por coisas que não melhoram em nada o intelecto a sabedoria e a inteligência. Parabéns.
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