Meu defeito, defeito meu, ou seria minha
qualidade? É como fruto, doce e vistoso ostentado por uma árvore podre. Mais do
que isso, é algo íntimo, sou eu, é parte de mim e vital para minha existência.
Eu deveria ser acometido de bajulações e aplausos por ter tanto afinco e
dedicação. Mas não, antes me chamam: presunçoso, obstinado e idólatra.
Ao contrário do que pensam, não o faço para
despertar atenção alheia, apenas quero a perfeição. Já os advirto: Pensem bem
antes de me rotularem narcisista ou irem além imputando a mim soberba. Pois meu
ponto de vista é sublime, conciso e eloquente, bem diferente da visão
astigmática dos que me rodeiam.
Se pudessem ver tudo como eu vejo! Como queria
agraciá-los com esta reflexão simétrica para romperem seu casulo alçando voo
rumo ao novo mundo. Quem sabe assim deixem de serem lagartas. Que bobagem! O
máximo que podem chegar, talvez, é tornassem uma mariposa que perece envolta em
luz noturna. Que vivam eternamente confinadas em seu cárcere hermético, pois eu
irei usufruir da vasta pradaria, onde tenho um reino que erroneamente chamam
vaidade.
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